sábado, 7 de junho de 2008

Fotos do Universo mostram galáxias e 'piruetas' solares

Science Photo Library

Gases expelidos pelo sol fazem piruetas e retornam à superfície

A agência de fotografias britânica Science Photo Library expõe, a partir deste sábado, em Liverpool, imagens do espaço capturadas por alguns dos melhores astrofotógrafos do mundo.

A exposição Da Terra ao Universo marca as primeiras comemorações pelo Ano Internacional da Astronomia, no ano que vem.

Veja as fotos

Capturadas por observatórios de diversos países e satélites da Nasa, as fotos revelam cores e formas fascinantes de nebulosas, de galáxias e suas estrelas, do Sol e suas "piruetas" formadas a partir de gases expelidos a milhões de graus centígrados.

De acordo com a diretora de marketing da Science Photo Library, Maria Atoney, o objetivo da mostra é aproximar a ciência do público.

"A exposição permite que se admire a beleza e a complexidade do Universo", disse ela.

"Além disso, nossas mentes são desafiadas a entender o tamanho gigantesco desses objetos, as imensas distâncias envolvidas e a pequeneza do homem diante disso tudo."

A exposição fica em cartaz no Albert Dock, em Liverpool, até o dia 29 de junho.

Fonte BBC Brasil

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Esfera desvendada

Na foto, técnicos do Inpe analisam objeto encontrado no mês passado em Goiás. Conclusão é que se trata de um tanque de foguete, possivelmente do Atlas 5 da Nasa. Não foi permitida a divulgação de imagens do artefato

Foram divulgados os resultados das primeiras análises de um artefato espacial, de formato esférico e envolto em fibras de carbono, que caiu há pouco mais de um mês em uma fazenda próxima ao município de Montividiu, no interior de Goiás.

De acordo com o coordenador de gestão tecnológica do instituto, Marco Antônio Chamon, o pesquisador responsável pelas análises no Inpe, o objeto, que tem cerca de 80 centímetros cúbicos, é um tanque de nitrogênio de alta pressão utilizado em sistemas de propulsão líquida, comum em foguetes e satélites.

“A hipótese mais provável é a de que se trata de um tanque de propulsão utilizado por um foguete da Nasa. Essa ainda não é uma informação oficial, mas chegamos a essa conclusão preliminar porque os Estados Unidos já solicitaram a posse do tanque com uma reivindicação que confirma essa nossa conclusão“, disse Chamon à Agência FAPESP. “Ao que tudo indica o tanque pertencia ao foguete Atlas 5, de propriedade da agência espacial norte-americana”, conta.

Segundo ele, a suspeita inicial de que se tratava de um material reentrado, ou seja, uma peça do espaço que reentrou na atmosfera, foi confirmada. “Esses objetos, chamados de lixo espacial, são resíduos ou partes de foguetes ou satélites que ficam, sem uso, flutuando no espaço. Calcula-se a existência de cerca de 10 mil objetos desse tipo circulando ao redor da Terra. O espaço é realmente bastante sujo”, explica o engenheiro.

Antes de ser levada para o Laboratório Associado de Combustão e Propulsão do Inpe, em Cachoeira Paulista (SP), onde se encontra atualmente, a peça foi examinada in loco, logo que foi encontrada por moradores locais de Montividiu, por pesquisadores da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para a identificação de possíveis cargas radioativas.

Na ocasião foram feitos testes de níveis de concentração de substâncias tóxicas, como a hidrazina, cujos resultados foram todos negativos. “Na ocasião, por meio de detectores de gases, foi comprovado que não havia nenhum tipo de radiação ionizante na peça. A hidrazina, por exemplo, um produto químico usado na propulsão de satélites, era o que mais nos preocupava por ser altamente tóxica e letal ao ser humano. Apenas resíduos de nitrogênio foram encontrados na peça”, conta Chamon.

O Brasil é signatário de convenções internacionais para a devolução de objetos espaciais a outros países. “Como o país reclamante precisa provar que o objeto é de sua propriedade, ainda estamos aguardando uma manifestação norte-americana mais específica. Enquanto isso, os tratados internacionais não nos permitem fazer nenhum tipo de teste destrutivo no objeto. Devemos devolvê-lo tal como ele foi encontrado”, afirma.

As negociações para a recuperação do objeto, segundo Chamon, serão feitas por intermédio do Ministério das Relações Exteriores. “Assim que as provas forem apresentadas e logo que for acordado como o artefato será devolvido, muito provavelmente um avião da Nasa pousará em São José dos Campos, no interior paulista, para levar o equipamento de volta àquele país”, explica.

“Apesar de a peça estar totalmente fora de uso, normalmente esse tipo de resgate se justifica para a realização de investigações de falha de missões espaciais. Isso deverá ocorrer nesse caso, se realmente for comprovado que o artefato realmente pertencia ao Atlas 5”, disse Chamon.

Fonte: Agência FAPESP.

Perigo no espaço

Pesquisa aponta que radiação de alta energia, que será comum aos astronautas nas missões à Lua e a Marte, pode levar ao envelhecimento prematuro e ao desenvolvimento de cânceres

A radiação de alta energia encontrada no espaço pode levar ao envelhecimento prematuro e ao estresse oxidativo prolongado em células. A afirmação é de um estudo feito no Centro Médico da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, e traz sérias implicações para viagens espaciais de longa duração.

A radiação de alta energia é encontrada em emissões solares e é composta de prótons altamente energéticos, partículas de ferro carregadas e radiação gama. A atmosfera terrestre bloqueia a maior parte dessa radiação, evitando a exposição dos habitantes do planeta. Mas, em uma missão espacial, essa proteção deixa de existir.

Depois de um longo hiato – o homem foi à Lua pela última vez em 1972 –, a Nasa, a agência espacial norte-americana, planeja levar o homem novamente ao satélite terrestre e a longas missões a outros planetas, começando por Marte.

O novo estudo indica que períodos prolongados no espaço aumentam os riscos de problemas de saúde para os astronautas, como câncer de intestino. “A exposição à radiação, seja intencional ou acidental, é inevitável durante nossas vidas. Mas com os planos de missões a Marte, por exemplo, precisamos entender melhor a natureza da radiação no espaço. Não há, atualmente, informações conclusivas para estimar o risco que os astronautas poderão experimentar”, disse Kamal Datta, principal autor do estudo.

Em 2004, um relatório das Academias Nacionais dos Estados Unidos indicou que a incidência de câncer é mais alta entre os astronautas do que na população em geral. No mês passado, o Conselho Nacional de Pesquisas do país publicou outro relatório, em que recomenda o aumento nos estudos sobre o assunto e o desenvolvimento de novas tecnologias de proteção contra radiação.

As estimativas atuais para exposição à radiação se baseiam exclusivamente na dose acumulada que uma pessoa recebe durante a sua vida, mas o novo estudo sugere que uma estimativa mais acurada deveria incluir não apenas as doses, mas também a qualidade da radiação.

Na pesquisa, Datta e colegas mediram os níveis de radicais livres presentes e a expressão de genes de resposta ao estresse em células de camundongos expostos à radiação de alta energia encontrada no espaço.

Os pesquisadores verificaram que o meio celular do trato gastrointestinal nos animais expostos se mostrou altamente oxidativo – cheio de radicais livres – por longos períodos de tempo, um estado compatível com o desenvolvimento de câncer.

Segundo os autores, os radicais livres produzidos pela radiação danificaram o DNA das células e, à medida que os danos se acumularam, o resultado foi o surgimento de mutações e, em alguns casos, de tumores malignos.

A exposição prolongada aos radicais livres criou uma grande oportunidade para que os danos no DNA se acumulassem dentro de células individuais. Os pesquisadores observaram que a resposta ao estresse continuou por até dois meses após a exposição à radiação.

Além dos danos celulares a partir do estresse oxidativo, os cientistas verificaram que os camundongos expostos à radiação envelheceram prematuramente. O grupo observou que o pêlo se tornou cinza antes do esperado e agora fará exames de ressonância magnética para identificar possíveis alterações nos cérebros dos animais.

O estudo foi apresentado na reunião anual da Associação Norte-Americana de Pesquisa do Câncer, realizada de 12 a 16 de abril em San Diego, na Califórnia.

Fonte: Agência FAPESP